sábado, 20 de fevereiro de 2016

Castelo de sonhos

Se eu lhe contasse meus medos,
Se eu me abri-se para você,
O que iria mudar?
Você não entende, eu cavei um abismo dentro de mim,
A cada decepção eu tirava um pouco mais,
Minhas mãos sangravam, eu cavei fundo, e não conseguia parar.
Você não compreende essa dor.
O que você viu em mim, é uma casca sorridente !
Você não vê a poeira, não viu as correntes quebradas,
Você não estava ali, enquanto eu juntava os pedaços,
Enquanto subia fuligem, fumaça, o cheiro ferroso impregnava o ar...
A visão mais bela da criação não contemplava meus sonhos,
E nenhum castelo foi tão grande,
Eu vi eles se desmoronarem, eu não podia aceitar,
A sombra se estendeu por toda parte,
Cobriu os céus, e enquanto se desfragmentava vagarosamente,
Eu sentia cada lembrança sendo queimada dentro de mim,  
Vida, Por que ... ?
Eu amei, eu rezei para a criação, me banhei no sol e na lua,
Eu lhe dei meu melhor,
E você tirou o que tinha de mais precioso,
E então me quebrou, numa miríade de fragmentos,
Me tornei muitos, e nada...
Desci como um cometa em chamas,
Senti a frieza e a inconveniência desse mundo,
Compreendi o mito dos anjos,
A dureza do mundo que nega os sonhos,
A dor sem fim, que lhe tira a respiração, e a vontade de existir...
E então a miséria dos homens cuja chama se extinguiu...


Will Sasaki 21/O2/16

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