Se
eu lhe contasse meus medos,
Se
eu me abri-se para você,
O
que iria mudar?
Você
não entende, eu cavei um abismo dentro de mim,
A
cada decepção eu tirava um pouco mais,
Minhas
mãos sangravam, eu cavei fundo, e não conseguia parar.
Você
não compreende essa dor.
O
que você viu em mim, é uma casca sorridente !
Você
não vê a poeira, não viu as correntes quebradas,
Você
não estava ali, enquanto eu juntava os pedaços,
Enquanto
subia fuligem, fumaça, o cheiro ferroso impregnava o ar...
A
visão mais bela da criação não contemplava meus sonhos,
E
nenhum castelo foi tão grande,
Eu
vi eles se desmoronarem, eu não podia aceitar,
A
sombra se estendeu por toda parte,
Cobriu
os céus, e enquanto se desfragmentava vagarosamente,
Eu
sentia cada lembrança sendo queimada dentro de mim,
Vida,
Por que ... ?
Eu
amei, eu rezei para a criação, me banhei no sol e na lua,
Eu
lhe dei meu melhor,
E
você tirou o que tinha de mais precioso,
E
então me quebrou, numa miríade de fragmentos,
Me
tornei muitos, e nada...
Desci
como um cometa em chamas,
Senti
a frieza e a inconveniência desse mundo,
Compreendi
o mito dos anjos,
A
dureza do mundo que nega os sonhos,
A
dor sem fim, que lhe tira a respiração, e a vontade de existir...
E
então a miséria dos homens cuja chama se extinguiu...
Will
Sasaki 21/O2/16
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