quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Lágrimas no abismo

De meus olhos escorrem sentimentos...
Em minhas mãos ergo meu coração,
A minha frente um abismo que sopra infinitamente um vento gélido, um hálito sombrio, e triste...
Solto meu coração, ele cai se desfazendo em pó...
Nada vai mudar para os outros, mas para mim irá fazer toda a diferença,
Como compreender toda a extensão do vazio que habita meu peito?
Eu caminho como uma sombra, e todas as coisas são frestas que transpasso como o sangue que escorre pelo estigma,
Eles vêem a porcelana exterior, a tinta no quadro, não capturam nada...
Minha alma grita!!
E ... minha mente me ilude com falsas esperanças de tempos tão belos como outrora... Uma fuga ainda mais cruel...
Lágrimas novas de lembranças antigas...
Minhas lagrimas já fizeram parte da tempestade que me devasta interiormente,
Sou consumido por todo o amor, toda alegria e todos os momentos, que já foram bons...
O abismo parece tornar-se maior a cada dia, até que um dia não haverá nada alem dele, então só restara mergulhar...
Estou sonolento, um novo mundo me aguarda a um salto de distancia...
Estou sonolento, meus olhos pesam, em meus sonhos encontro meu verdadeiro mundo...
Estou sonolento... As lagrimas já secaram, mas ainda dói...
Irá amanhecer o dia? A tempestade esta passando, meus medos também...

-will Sasaki

Um comentário:

  1. Parou-se o tempo. Ela observava os reflexos há horas, mas eles permaneciam imóveis, como a escuridão ao seu redor, como aquela mesma escuridão em seus olhos, em seu peito. Como o silêncio que pendia do teto, um véu a cobrir-lhe os cabelos, uma mortalha a lhe cobrir a vida...
    Mas qual vida? A carne pálida que cobre as veias pulsantes jaz fria como a sepultura dos sonhos, as deslumbrantes quimeras que outrora valsavam pelos vastos salões da mente estão mortas e os salões devastados cobertos pelo pó da solidão e marcados com a nódoa ferruginosa do arrependimento.
    As mãos contorcem-se em busca de uma reação, um conforto - qualquer coisa. Pele na pele, pele na pedra, no mármore indiferente do presente. E no desespero, olhos que se voltam para o futuro, sim - em vão. Tudo que lhe resta é o tempo, esse vazio entre dois pontos, esse abismo que separa tudo - que separa... Isso e mais algumas lágrimas...

    ResponderExcluir